Do curso: Fundamentos de Finanças

Introdução aos controles internos

Do curso: Fundamentos de Finanças

Introdução aos controles internos

Outro aspecto da gestão financeira de curto prazo são os controles internos. Admito que o nome “controles internos” soe como algo enfadonho, de interesse de contadores, mas são sistemas importantes que garantem que a empresa faça o que deve fazer, que cumpra suas obrigações e que tudo seja registrado. Se não houver um sistema de coleta de dados e histórico documental, não se pode gerenciar os processos. Você já deve ter ouvido falar da Lei Sarbanes-Oxley. Ela foi aprovada nos Estados Unidos, em 2002, para regulamentar as empresas após grandes escândalos financeiros e contábeis. Uma disposição crítica da Lei Sarbanes-Oxley é que cada empresa americana de capital aberto deve ter um sistema de controles internos, e a existência desses controles deve ser verificada por auditora externa. Para reforçar: controles internos asseguram que as empresas façam o que devem fazer e que tudo seja registrado. Aqui vão algumas boas práticas em controles internos. Uma, é a segregação de funções. Pense nela deste modo. As mãos que tocam em ativos não devem tocar nos registros em que mantemos o controle desses ativos. Imagine um armazém de uma fábrica onde você guarde matéria-prima. Se uma pessoa tiver acesso à matéria-prima e aos registros que a controlam, poderá roubar matéria-prima e encobrir o roubo adulterando os livros. Outro exemplo de prática de controles internos é a proteção física de ativos: o dinheiro fica trancado e os computadores são protegidos por senhas. Ouvi um executivo de uma empresa de alta tecnologia dos Estados Unidos falar sobre a importância dos controles internos. Ele disse que um dos ativos mais importantes daquela empresa é a propriedade intelectual. Então, perguntei: “Como você protege a propriedade intelectual quando viaja? Tudo indica que seu computador pessoal guarda segredos corporativos.” Ele respondeu: “Nossa propriedade intelectual é tão importante que, quando viajo, a política da empresa proíbe que eu leve meu notebook. Recebo um notebook especial com os arquivos da apresentação e nada mais.” Essa política restritiva de notebooks é um exemplo de controle interno para proteger os ativos da empresa, nesse caso a propriedade intelectual. Outro aspecto dos controles internos são as verificações independentes. Os funcionários nunca sabem quando haverá auditoria, seja interna ou externa. Outro controle interno é exigir que os funcionários tirem férias regulares. Esse controle existe porque, se um funcionário estiver cometendo uma fraude ou roubo, pode encobri-lo sempre estando lá para amenizar os possíveis questionamentos. Controles internos protegem os ativos, asseguram que os registros sejam feitos e que a empresa cumpra suas obrigações.

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